Dance como se ninguém estivesse vendo
Cante como se ninguém estivesse ouvindo
E beba como se fosse o último dia de sua vida

quarta-feira, 5 de outubro de 2005

O sábado - tarde (na Morada do Andarilho)

Usando de muita agilidade, o trio cruzou as duas vias repletas de veículos em alta velocidade (eram os veículos que estavam em alta velocidade). Então, apenas uma pequena trilha os separava de seu destino final: a Morada do Andarilho.

Otome seguia na frente, mostrando o caminho. Devil arrastava os braços, ainda não regenerados. O Equilibrista contava quantas bolhas novas haviam surgido em seus pés. Diante do portão, os três foram saudados pelo Apelão, irmão do Andarilho. Subiram para o 1º andar e todos (sim, inclusive o Equilibrista) se sentaram. Molas Rangentes (doravente Molas), a companheira do Cavaleiro Apelão, juntou-se ao grupo e os três recém-chegados relataram os (não-)acontecimentos do evento. Apelão cobrou uma solicitação feita ao Equilibrista, mas este nem sabia do que se tratava. Tentando uma jogada mnemônica, o cavaleiro apresentou alguns manuscritos diretamente relacionados ao seu pedido. O Equilibrista tinha certeza de que nunca lhe foi pedido nada do gênero, mas ficou deveras interessado em obter o material requisitado.

Otome foi acessar o seu terminal de informações para mostrar alguns de seus itens ao Equilibrista, enquanto Apelão e Devil destruíam uma gaveta cheia de peças petroquímicas reconfiguráveis. Todos se reuniram no aposento do Andarilho e Otome começou a recitar alguns versos de suma sabedoria, coletados incansavelmente por Molas (durante sua labuta diária). Pelo menos 27 páginas mais tarde, as frases haviam se esgotado. Antes do término da leitura, Apelão partiu para escoltar Molas até seu lar.

Antes que a preguiça passasse a possuir Devil e o Equilibrista, Otome sugeriu que partissem em busca dos ingredientes para seu repasto e perdição. O grupo se dirigiu a um grande mercado e, no caminho, Otome mostrou aos dois um local que seria bastante apropriado para fazer algumas reuniões. Havia apenas alguns impedimentos burocráticos que barravam a concretização da idéia, mas pensaram por alguns momentos em meios de burlar os empecilhos. Em vão.

Já no mercado, a busca pelos ingredientes começou. Devido à presença feminina no grupo, o que levaria menos de 10 minutos prolongou-se por, pelo menos três vezes mais (licença poética e vide nome destas crônicas - mais precisamente, a primeira palavra). Conseguiram: limões, sacarose pulverizada, morangos, pasta láctea doce e condensada, água negra carbonatada e várias bolsas de aperitivos triangulares feitos de trigo. Sábia e providencialmente, Devil adquiriu um recipiente de destilado da europa oriental. Mas ainda faltava um ingrediente. O principal para a pasta verde picante que serviria de sustento aos aventureiros: abacate. Na verdade, haviam visto a fruta por lá. Mas esta não estava madura ainda. E Otome, receosa de elaborar uma pasta verde amarga (pois já havia passado por esta experiência), achou melhor buscar em outra fonte.

Traçaram um novo destino: uma banca de frutas e outros mantimentos. O Equilibrista, faminto, anunciou sua condição. Com muita satisfação e felicidade, ouviu Otome dizer que havia um meio de aplacar sua fome nessa mesma banca. Chegando ao local, logo avistaram vários abacates, mas o estômago os impelia para mais além, onde eram feitos os pastéis. O Equilibrista pediu dois (para ele mesmo - os demais ficaram só com um cada um) e todos se regozijaram com o alimento gorduroso e com caldo de cana. Novamente, o Equilibrista foi vítima do óleo. Desta vez, derrubou em sua capa, reforçando sua impermeabilização.

Termindada a rápida refeição, trataram de escolher os melhores exemplares da fruta verde que seria transformada em pasta. Tendo todos os ingredientes em mãos, o valoroso trio retornou à Morada do Andarilho.

O Sol já se escondera no horizonte e a noite engatinhava. (continua)

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