Dance como se ninguém estivesse vendo
Cante como se ninguém estivesse ouvindo
E beba como se fosse o último dia de sua vida

quinta-feira, 6 de outubro de 2005

O sábado - noite (pasta verde e bebida vermelha)

Aquisições na mesa, traseiros no colchão, cansaço à tona. O efeito letárgico do pastel com caldo de cana somado à fadiga do trio quase os levou aos braços de Hypnos. Mas estes resistiram. Devil trazia consigo uma unidade de armazenamento móvel, que foi conectada ao terminal de Otome, que aproveitou para ampliar seu repertório de melodias. Entre os itens disponíveis na unidade de Devil, estavam alguns trabalhos ligeiramente góticos. Com isso, teve início uma exibição de modelagens perfeitas, o que manteve os três entretidos e acordados.

Passado algum tempo, o Equilibrista se levantou e pediu uma faca para dar início aos preparativos da bebida vermelha letal. Passado mais um tempo, Otome e Devil ainda estavam observando o terminal e o Equilibrista continuava de pé, esperando a faca. Mais um tempo ainda se passou, quando Apelão retornou, acompanhado por Molas e o Equlibrista contiunuava de pé, esperando a faca. Algum tempo depois, Otome reclamou da falta de bebida com o Equilibrista, que disse, ainda de pé, que estava esperando uma faca.

Súbito, ouviram um ruído. Todos se voltaram para a porta, apreensivos. Mas a tensão durou pouco: era o Andarilho que adentrava o recinto. Trazia, em suas mãos, um roedor polimérico cuja região ventral irradiava uma luz vermelha. Estava avariado, aparentemente. A luz se acendia, mas nenhum comando era obedecido.

O Equilibrista finalmente recebeu sua arma e, após uma breve e desnecessária demonstração de perícia com a mesma, deu início ao preparo da bebida vermelha letal: o Daikiri (nota: durante o manejo da faca, o Equilibrista foi advertido por Devil que o objetivo era fazer Daikiri, não Harakiri - disso concluiu-se que a cena não era a mais bela de se ver). Para a elaboração da primeira dose, foi usado um limão siciliano. O sabor ficou mais suave e o aroma, agradabilíssimo. Por ser um cavalheiro (vide nome das crônicas), o Equilibrista dedicou o primeiro copo às damas e, portanto, fê-lo mais doce.

Otome solicitou o copo triturador ao Andarilho, que desceu à procura do item e quase teve sua mão decepada ao adquiri-lo. Felizmente retornou vitorioso, com o copo em suas mãos (ambas ainda funcionais).

Ao se apoderar do copo triturador e do copo com Daikiri, Otome deixou o recinto para executar o ritual de preparação do Guacamole, a pasta verde picante. Convocou Molas para auxiliá-la.

O Equilibrista preparou mais uma dose com o limão siciliano. Desta vez, com maior teor etílico e menos sacarídeo (note-se a grafia com "c"). Esse copo ficou nas mãos de Devil, que mal sabia no que estava se metendo.

De tempos em tempos, havia uma disputa por um lugar na pia entre o Equilibrista, Otome e Molas, visto que o primeiro queria lavar as mãos e seu utensílio principal e as duas estavam amassando abacate.

A terceira dose de Daikiri, feito, a partir de então, com limão taiti, foi gerada e circulava entre os homens, que se ocupavam de diferentes tarefas: o Andarilho, após uma tentativa frustrada de ressuscitar o roedor polimérico, se empenhava em restabelecer a comunicação entre os diversos terminais presentes em sua morada, apesar dos protestos de Otome; Apelão mostrava seu repertório de ítens audio-visuais orientais para Devil e Equilibrista. As mulheres estavam ocupadas, finalizando o ritual do Guacamole, mas apareciam ocasionalmente.

Ritual terminado. Otome trazia o tacho com a pasta verde, quando, para seu repúdio, viu o que estava sendo exibido pelo Apelão (os itens audio-visuais orientais, para quem tem memória fraca). Então, num ato ditatorial e de revolta, retirou-se para o aposento do Andarilho, levando consigo o Guacamole e dizendo que quem quisesse comer, teria que ir até lá. Pasmos e com doritos nas mãos, os demais presentes ficaram, por um momento, sem saber o que fazer.

Munido de astúcia e furtividade, após o turno de iniciativa perdido, o Equilibrista rapidamente pegou um recipiente menos volumoso e ficou à espreita, sabendo que Otome teria que deixar o Guacamole desprotegido quando voltasse para buscar alguns sacos de doritos.

Não esperou muito e a oportunidade surgiu. Adentrou no aposento sorrateiramente e transferiu uma boa quantidade para o prato, deixando-o no lugar do tacho. Quando já estava no outro cômodo, foi surpreendido por Otome, que o intimou a devolver a iguaria. Então fingiu que retornava ao aposento, mas logo em seguida deu meia-volta e todos se serviram.

Mas, como de costume, todos acabaram se deslocando para o aposento do Andarilho. (continua)

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