Dance como se ninguém estivesse vendo
Cante como se ninguém estivesse ouvindo
E beba como se fosse o último dia de sua vida

sexta-feira, 7 de outubro de 2005

O sábado - noite (batalhas e torpor)

A produção em série de Daikiri continuava, mas não se embriaga um grupo apenas com o veneno vermelho. Devil mostrou seus dons de destilação e, com o triplo-destilado do leste europeu, limões e sacarose pulverizada, elaborou fantásticas bebidas cítricas, também conhecidas como Caipirinhas. Baco não poderia estar mais contente (aliás, poderia, mas ainda não era hora para isso): Daikiris, Caipirinhas de limão e de morango e misturas etílicas com a água negra carbonatada.

Todos estavam felizes e animados, assistindo a algumas demonstrações bizarras de falta de auto-estima com efeito de cor semi-negativo (imagine-se um grupo de rapazes com a pele azul travestidos e rebolando num centro comercial, na praia...). Surgiu, então, um momento solene: um segredo, que o Equilibrista há muito ansiava por descobrir, seria revelado. Mas, para tanto, haveria um preço: uma partida de um jogo de estratégia ambientado num futuro não muito distante. Os desafiantes eram o Andarilho e Otome, que sabiam o segredo. Os desafiados eram Devil, o Equilibrista (que não sabiam o segredo) e Apelão. A proposta não agradou muito os desafiados, que não mostraram nenhum interesse pelo jogo em questão. O casal insistiu, insistiu, e continuou insistindo... até que desistiram, pois perceberam que nenhum dos três estava sequer com vontade de aprender o jogo. Então o Andarilho resolveu contar assim mesmo, mas todos teriam que ir para seus aposentos, pelo menos. E assim se deu o êxodo.

E o segredo foi revelado. Devil e o Equilibrista estavam um pouco confusos, pois alguns termos não eram de seu conhecimento. Mas bastaram algumas breves explicações para que os dois se situassem. Descobriu-se, também, que o local indicado por Otome durante a tarde deste mesmo dia, tinha relação direta com o que estava sendo contado. Muitas mudanças, muitos planos, muitas perspectivas. O entusiasmo saturava o ar, mas ainda havia certos obstáculos a serem vencidos ou atenuados para serem devidamente defenestrados quando surgisse uma oportunidade. Alguns relatos comoventes foram feitos por Devil, assim como pelo Andarilho, que era apoiado por Otome. O Equilibrista, como de costume, mais ouvia e observava do que fazia-se ouvir e ser visto. O segredo? Somente com o tempo será revelado nestas crônicas.

A imensa quantidade de etanol ingerida começava a surtir efeitos: Molas tentou se refugiar em seu aposento e foi seguida por Apelão. Como todos estavam muito animados, o Andarilho sugeriu que se realizasse uma Arena, envolvendo todos os presentes, e que todos estivessem presentes. Uma pequena comitiva partiu para onde estavam Molas e Apelão. Chegando lá, o Andarilho, Devil e o Equilibrista tentaram persuadir Molas a sair de sua cama. Como não estavam tendo muito sucesso, deram a entender que retirariam as cobertas dela, mas fazer isso não seria muito aconselhável, segundo o Apelão. Então os três deram um ultimato, tentando intimidar o casal, e partiram.

(Interlúdio: Devil, que havia tirado suas botas, perambulava descalço pela casa e travava algumas batalhas com um Elemental da Eletricidade. Principalmente quando abria uma torneira)

A Arena consistia em um combate virtual, usando as características fictícias dos participantes. O Equilibrista ficou incumbido de desenvolver o cenário. Quando terminou, Molas e Apelão já se encontravam com o grupo. Otome sucumbia lentamente aos Espíritos Etílicos e não quis tomar parte do evento, nem mesmo como moderadora. Devil resolveu continuar jogando deitado, mas mais dormia do que jogava. Era acordado nos seus turnos ou quando alguém que havia deixado o recinto retornava (quando ocorria um jogo de par-ou-ímpar). Em um determinado momento, Devil levantou-se e trancou-se no lavabo. Otome aproveitou a deixa para tomar o lugar de Devil (que, na verdade, era dela por direito). O jogo prosseguiu, mas Devil não retornava. Quando finalmente voltou, declarou que não lhe restavam mais forças para combater Hypnos e que iria se retirar. Como todos já estavam exaustos, resolveram decretar o fim do jogo e prepararam-se para dormir. Molas logo desapareceu. Apelão trouxe travesseiros para Devil e Equilibrista. Devil levou as cobertas que estava usando consigo, mas o Andarilho, trajando apenas as roupas de baixo, surgiu para tomá-las (as cobertas) de volta. No meio do processo, ajudado por Apelão, o Andarilho brincou de par-ou-ímpar novamente e torturou o pobre Devil. As cobertas foram facilmente recuperadas uma vez que Devil, que já estava num estado decadente, ficou praticamente incapacitado.

Um pouco antes de dormir e depois de todos terem se recolhido, o Equilibrista foi usar o lavabo. Mal trancou a porta e o Andarilho declarou que também queria fazer uso das instalações. Ao fundo, ouviu Otome dizer que também desejava fazê-lo. Fez o que tinha que fazer, lavou as mãos e abriu a porta. Não havia mais ninguém à espera. Foi apagando as luzes por onde passava, tirou os trajes de combate e deitou-se. De olhos fechados, ouviu que o Andarilho narrava os acontecimentos finais do jogo para Otome, que não os acompanhara por ter desfalecido. Os sons foram se tornando cada vez mais distantes até que deram lugar ao silêncio. A escuridão já estava presente e, então, só restaram os dois.

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