Dance como se ninguém estivesse vendo
Cante como se ninguém estivesse ouvindo
E beba como se fosse o último dia de sua vida

domingo, 22 de janeiro de 2006

O baile da Discípula de Florence: Desfecho

O Futuro Pajé estava completamente dominado pela bebida e desfilava entre a multidão com o reluzente copo na mão. Em um dado momento, o inebriado consorte da Rainha Mestiça tentou preparar um Daikiri. Não estava conseguindo abrir o Toróide Alquímico, então o Equilibrista interveio, sentindo empaticamente o sofrimento de seu valioso instrumento por ser manuseado por alguém que não o seu mestre. Quando o Futuro Pajé despejou o xarope vermelho em um copo ao invés de colocá-lo no interior do Toróide, o Equilibrista terminantemente proibiu que o incauto voltasse a tentar produzir o veneno vermelho.

O Cartomante se apoderou do ouriço estroboscópico de Daeva, então mais um Daikiri Explosion entrou em circulação. Como que para acompanhar a energia da bebida, os menestréis começaram a tocar antigas cantigas, o que fez com que todo o grupo saltasse de seus assentos e dançasse freneticamente ao sabor das batidas e gritos de guerra.

Uma triste notícia foi dada: as últimas doses de Daikiri seriam preparadas, pois o estoque de limões se esgotara. Do Toróide Alquímico do Equilibrista saíram as três doses derradeiras. Dedicou uma à Rainha Mestiça, outra à Assimiladora e a terceira, ao casal Daeva e Cartomante. O Equilibrista achou estanho e melhor não comentar, mas a Rainha Mestiça cedeu sua dose para um casal também estava à mesa, mas que o Equilibrista mal havia notado.

Como ainda restava destilado caribenho, o Equilibrista encheu um copo com água sólida e preparou outro de seus venenos: Cuba Libre. O grupo continuou bebendo e se divertido. Movidos a etanol, dançaram e pularam tanto que, faltando um ciclo e meio do relógio para que Apolo conduzisse seu carro pelo céu, estavam todos exautos. Assimiladora, que ainda iria viajar, foi a primeira a deixar o grupo.

Aproveitando que ainda estava sóbrio, o Equilibrista começou a guardar seus pertences para evitar que a embriaguez o forçasse a esquecer algum de seus preciosos utensílios. Uma habilidade que poucos sabiam que o Equilibrista possuía eram suas mãos leves. Discretamente observou os arredores e, quando não havia ninguém prestando atenção nele, fez com que o desejado copo desaparecesse dentro de sua alforja.

O Cartomante e Daeva resolveram decretar o fim da noite para eles. Perguntaram se o Equilibrista iria com eles, mas o destino ainda demandaria algumas atuações do aventureiro naquele dia, então ele providencialmente declarou que ficaria. Permaneceram a Rainha Mestiça, o Futuro Pajé, o Equilibrista e o misterioso casal.

Quando as fontes alcoólicas da mesa se esgotaram, a Rainha Mestiça pediu um fermentado dourado de leveduras ao Equilibrista. Esse pedido não poderia deixar de ser atendido por dois motivos: a noite era dedicada à Rainha e bebidas eram a especialidade e incumbência do Equilibrista. Usando de seu carisma e empatia reforçada com os profissionais etílicos, conseguiu rapidamente uma garrafa do fermentado. Quando retornou à presença da Rainha Mestiça, mal entregou a garrafa em suas mãos quando sentiu um objeto passar voando ao lado de sua cabeça. Instintivamente posicionou-se de maneira a proteger a Rainha, enquanto ouvia o barulho de vidro se estilhaçando e via pessoas se engalfinharem. Enquanto tentava levar sua amiga a um local seguro, observou vagamente o Futuro Pajé tentando impedir maiores agressões entre os rufiões. Foi quando a Rainha Mestiça tropeçou. O Equilibrista impediu sua queda e, auxiliado pelo misterioso colega de mesa, colocou a Rainha no colo, e esta apontava para o chão, mostrando o enorme arranjo que havia causado sua queda.

Enquanto seus dois amigos a carregavam, a Rainha Mestiça não parava de falar que estava bem e que podia andar, então seu estado de embriaguez foi claramente percebido. Levaram a Rainha até uma parte mais elevada, onde a outra integrante misteriosa da mesa estava esperando. Preocupado com a integridade física da homenageada da noite, o Equilibrista examinou seus pés, temendo que algum estilhaço tivesse perfurado sua pele. Por sorte eles estavam intactos. A Rainha, com uma voz entorpecida, perguntou onde estava seu consorte, e o Equilibrista informou-lhe que o Futuro Pajé estava apartando uma briga, então a Rainha pediu mais um fermentado, o que lhe foi prontamente recusado, pois o Equilibrista podia ser Bêbado, mas também era prudente. Perguntou se queria que trouxesse seus sapatos, mas a Rainha recusou.

Minutos mais tarde, o Futuro Pajé avistou o Equilibrista, que apontou para a Rainha Mestiça, semi-desfalecida em uma cadeira. O Futuro Pajé correu até ela e abraçou-a e contou-lhe da briga. Uma onda de tristeza invadiu a Rainha Mestiça, que começou a chorar e a pedir desculpas pela confusão - ela não tinha se dado conta da briga e de todo o estardalhaço até então. Ela também percebeu que estava descalça e que havia vidro no chão e, finalmente nessa hora, quis que trouxessem seus sapatos. Era chegada a hora de irem embora.

A Rainha Mestiça pegou sua bolsa e desesperou-se: o seu dinheiro havia sumido. Ela ficou inconformada e se dizia decepcionada por ter sido furtada eu seu próprio baile. O Futuro Pajé vasculhou as proximidades da mesa onde estavam e os bolsos de seu paletó, mas seus esforços foram em vão. Foram até a chapelaria retirar a mochila da Rainha e, ao abrir sua carteira, que estava guardada, retirou as notas que ela considerara roubadas.

O grupo deixou o suntuoso salão e rumou para onde a carruagem do misterioso casal estava estacionada.

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