Dance como se ninguém estivesse vendo
Cante como se ninguém estivesse ouvindo
E beba como se fosse o último dia de sua vida

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006

Sacrifícios pelas mídias

Em um dia deveras cinzento, o Equilibrista dirigiu-se a um terminal templário autômato para adicionar um singelo numerário ao seu estoque de recursos para uso imediato. Havia poucas pessoas que esperavam por sua vez de operar o terminal antes do bardo embriagado, mas este calculou que não precisaria esperar mais de um dozeavos de um ciclo do relógio. E a previsão se mostrou certa. Com esta tarefa cumprida, a próxima, no seu cronograma, seria ir à Santa Tecnológica.

Como a região era ligeiramente tumultuada, o Equilibrista aproveitou a relativa privacidade do recinto dos terminais para separar algumas cédulas monetárias. Quando abriu sua carteira, foi surpreendido pela presença de uma cédula que não deveria estar lá, mas dentro do envelope inserido no terminal. Logo após essa descoberta, Aço Negro começou a anunciar um pedido de interface auditiva. Era o Andarilho tentando se comunicar. O Equilibrista estabeleceu a interface, mas, aparentemente, não deveria estar se expressando normalmente, pois o Andarilho quis saber o por quê daquela "voz de grandes glúteos". Mas o motivo não foi explicitado naquele momento, uma vez que havia outras pessoas nas proximidades e o Equilibrista não tinha a menor intenção de anunciar sua estupidez a ouvintes aleatórios.

Ligeiramente irritado pelo seu equívoco, o aventureiro deixou os terminais e pôs-se a caminho da Santa Tecnológica. Quando olhou para o céu, viu nuvens negras como sacos de crina pairando sobre a cidade. Um temporal era iminente. Enchendo-se de coragem, decidiu manter seu itinerário, pois T-L estava em seu limite de capacidade de recordação, então adquirir discos espelhados com altíssima capacidade de armazenamento era extremamente necessário.

Tentando antecipar-se à tormenta que se pronunciava, o Equilibrista apressou-se. Andava rapidamente enquanto desviava-se de transeuntes à deriva, grito-anuciantes, anões panfleteiros e outros obstáculos.

Reconheceu a galeria onde eram vendidos os discos espelhados pelo revestimento de placas cerâmicas vermelhas. Antes de entrar, o Equilibrista vislumbrou mais uma vez aquele cenário apocalíptico com a abóbada celeste coberta por uma cortina plúmbea que ameaçava descarregar sua fúria pluvial a qualquer instante (haja fôlego para ler essa frase em voz alta). Localizou a loja específica bem no fundo da galeria e a transação ocorreu rapidamente. O Equilibrista admirou-se com o valor dos discos espelhados. Eram 37,5% mais baratos do que aqueles que comprara em sua fonte habitual. Mas a maior diferença de valor agregado estava nos invólucros para os discos, que era superior a 50%. Com o fim da busca, o Equilibrista estaria apto a retornar ao seu reduto não fosse a enxurrada que caía dos céus. Foi obrigado a esperar por meio ciclo do relógio para que pudesse pisar fora da galeria sem correr o risco ficar totalmente impregnado pelo elemento líquido.

Na sua viagem de volta, novamente o aventureiro teve que se esquivar de
transeuntes à deriva, grito-anuciantes, anões panfleteiros e outros obstáculos, mas tudo isso piorado pelo fato de quase todos, inclusive o Equilibrista, estarem usando abóbadas impermeáveis portáteis.

Finalmente em seu reduto, o Equilibrista, que havia evitado molhar-se até então, alegremente livrou-se da poeira da estrada com um bom banho. Novamente seco e curioso para ver e usar suas novas aquisições, colocou T-L para queimar os discos espelhados (a trasferência da memória dos terminais pessoais para discos espelhados era feita através da queima dos últimos). Quando pegou um dos invólucros para guardar o disco queimado, o Equilibrista descobriu a razão do baixo valor agregado daquelas caixas poliméricas: seu acabamento era péssimo.

Um pouco arrepedido, o bardo cortou as rebarbas do invólucro e acomodou o disco, torcendo para que este não fosse, também, de qualidade inferior.

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3 Conversa(s) na taverna:

Blogger K i t a declamou:

eu fico embasbacada pensando de onde eh que vc tira esse vocabulario, sakai!

1/2/06 12:54  
Blogger Equilibrista Bêbado declamou:

Oras, minha amiga, o que vc esperava de um equilibrista bêbado? Hehehe

1/2/06 13:16  
Blogger K i t a declamou:

Eu izzzzzperafa qui o eguilibrizzzzta valasse azzzzzzim, gaaaaara!
Pensando melhor, prefiro o SEU jeito bebado de falar do que o meu. hahahaha

2/2/06 09:56  

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