Dance como se ninguém estivesse vendo
Cante como se ninguém estivesse ouvindo
E beba como se fosse o último dia de sua vida

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Onde estão os ouriços?

As cantigas eram animadas (embora as preferidas pelo Equilibrista já tivessem sido tocadas enquanto este tamborilava com os dedos) e toda a ala jovem se divertia na pista. Em meio a toda aquela balbúrdia, o então-não-embriagado bardo sentia-se apagado, sem brilho. O motivo: um item básico em bailes de passagem estava faltando: o ouriço estroboscópico. Entre um passo, pulo e golpe de ombro, o Equilibrista flagrava algumas centelhas emitidas de torsos alheios. Concluiu, então que o indispensável item estava sendo distribuído em algum ponto estratégico - normalmente, a periferia da pista. Discretamente afastou-se de seu grupo e partiu em busca dos intermitentes ouriços. Rodou o salão inteiro, deparou-se com entregadoras de suco de frutas solidificados em palitos, mas não conseguiu adquirir o pequeno acessório. Retornou frustrado ao perímetro estabelecido pelos conhecidos de sua prima de mãos vazias, exceto pelo suco solidificado.

Ficou sabendo, mais tarde, que os anfitriões do baile tinham direito a um bornal com diversos itens festivos. Absorta acabara de chegar com o seu, mas, logo em seguida veio a decepção: estava desfalcado. Dentro do invólucro havia apenas um protetor oftálmico sem distorção focal e uma tira polimérica com pigmento líquido fotoemissor. Obviamente o Equilibrista preferiu declinar da posse de qualquer um desses itens.

O tema das cantigas passou a não ser muito do agrado do bardo, que resolveu sentar-se com os gerontes remanescentes (na verdade, apenas a tia que visitara sua morada, pois os demais haviam se recolhido há vários ciclos do relógio). Sua prima Violeta também estava à mesa e logo vieram Ebifóbica e o Anestesista. Como o tema musical parecia não dar lugar a outro e com Hypnos anunciando sua presença, o casal e o Equilibrista resolveram encerrar sua noite.

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