Dance como se ninguém estivesse vendo
Cante como se ninguém estivesse ouvindo
E beba como se fosse o último dia de sua vida

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

A madrugada dos insones

Depois de muito caminhar, o Equilibrista encontrava-se próximo da morada de Pringl, embora não soubesse sua localização exata. Usando sua interface comunicadora móvel, contatou seu amigo (que daria um péssimo oráculo, tendo em vista suas previsões de horário nada confiáveis), e esse disse que estava a caminho, em um transporte de densidade vezes volume. Combinaram, então de se encontrarem em um médio-mercado, próximo de outro médio-mercado mais conhecido, porém mais mercenário. O Equilibrista tinha uma vaga noção de onde ficava o ponto de encontro e, quando passava em frente ao médio-mercado mercenário (após pedir informações aos oficiais da força de vigilância e ordem), foi avistado por Pringl, que, felizmente, ao contrário do que haviam combinado, esperava o aventureiro do outro lado da rua.

Os dois, então, se dirigiram à residência de Pringl, que iria mostrar seu grimório ilustrado ao Equilibrista. Ao chegarem, foram saudados por um diminuto carnívoro de pêlos encaracolados e cinzentos com olhos esfumaçados que latia constantemente. O Equilibrista viu vários terminais de informação ao longo da morada de seu amigo antes que lhe fosse exibida a pasta contendo as obras de Pringl. Eram trabalhos muito bons, que demonstravam muita técnica e talento, e deixaram o Equilibrista fascinado. Terminada a mostra, ambos partiram em direção ao reduto do Equilibrista.

No meio do caminho, pararam para comprar mantimentos. Pediram uma caixa contendo massas circulares cobertas com carne (aparentemente bovina), queijo e frango e um aglomerado de trigo, carne e coentro na forma elipsóide com extremidades pontiagudas. Tentaram adquirir água negra carbonatada, mas os preços não condiziam com a realidade. Durante o percurso, Pringl demonstrava sua capacidade de alternar assuntos frenética e aleatoriamente, mas o Equilibrista, com seu raciocínio multi-funcional e nano-compartimentado, não sentiu dificuldades em acompanhar o fluxo torrencial de informações proferidas pelo orador (como de costume, o Equilbrista mais ouvia do que se fazia ouvir).

Chegaram ao reduto do Equilibrista e logo se serviram de fermentados de cevada enlatados, pois a noite estava quente e ambos necessitavam de algo para molhar e resfriar suas gargantas. O terminal de informações do Equilibrista foi bastante utilizado e sofreu várias modificações em seu conteúdo, feitas pelas mãos de Pringl. Conversaram bastante, comeram, beberam, assistiram a itens audio-visuais orientais e outros ocidentais. Como não podia deixar de ser, o
NCcS foi servido durante toda madrugada, e então, ouviu-se pela terceira vez "Dociiiiiiiiiiiiiiinho". Pringl mostrou-se bastante resistente enquanto o Equilibrista desenvolveu anticorpos contra sua própria criação, ficando totalmente imune a ela.

Como quando sempre que as pessoas se divertem o tempo passa despercebido e acelerado, ambos se surpreenderam ao ver o sol comerçar a despontar no horizonte. Pringl, que preferiu voltar à sua residência ao invés de aproveitar as acomodações do reduto do Equilibrista, foi escoltado pelo aventureiro até os limites inferiores do edifício. Despediram-se e o Equilibrista, ao retornar ao alto da torre, deitou-se e fechou os olhos.

2 Conversa(s) na taverna:

Blogger K i t a declamou:

TEnho meus palpites de quem possa ser o tal equilibrista, com quase certeza, eu diria.
Vamos ver: é metódico no capricho dos posts, escreve bem, tem o sol em libra e menciona aquela bebida vermelha letal, alem de algumas formas de vida que me remetem a um certo tipo de jogo.
Será que estou chutando certo? ;)

Quanto à velocidade, agora Virgulino me assegurará passeios loucamente agradáveis. Mas sabe que tenho saudades da cor esdruxula de seu antecessor? hehehe!
beijo!

13/10/05 20:41  
Blogger Unknown declamou:

à Kita
A cord esdruxula servia para nunca a perdemos no trânsito.

PARABÉNS QUERIDOOOOOOOOOOOOOOO

18/10/05 15:25  

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