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domingo, 17 de junho de 2007

Assistência e alimentos

A nova guida do Equilibrista estava rendendo-lhe novos contatos. Certo dia, na companhia de sua colega intermitente (ora ela está na torre de controle, ora, desaparece), entrou um conhecido desta, que, no meio de muitos assuntos, mencionou que precisava de alguém com conhecimentos em interligações físico-virtuais para restabelecer sua conexão com a grande rede mundial virtual. O modesto e pouco-espalhafatoso bardo nem se manisfestou, mas sua colega, prontamente apontou para o mesmo, que nem conhece tanto assim dessas interligações, mas, devido ao desespero do visitante, resolveu, pelo menos, dar uma olhada no sistema do indivíduo. Combinaram dia e horário, mas, não pagamento - com a saída do visitante, a colega intermitente até se desculpou com o Equilibrista, pois já imaginava que o pagamento não seria feito de maneira ortodoxa, ao que o altruísta bardo respondeu que não seria problema, pois não costumava ser muito apegado a essas questões de remuneração por esse tipo de serviço.

Felizmente, a sede do requisitante de assistência não ficava longe da reduto do Equilibrista (a distância a ser transposta impõe uma grande inércia no indolente aventureiro). Chegando lá, teve que se familiarizar com o "terreno", pois nunca é fácil adivinhar, no emaranhado de fios, qual liga uma máquina na outra e no dispositivo de distribuição e no fornecimento externo de sinal. Depois de, finalmente, mapear as conexões, não teve nenhum sucesso em restabelecer o acesso à grande rede. Apelou, então, para o fornecedor da conexão (o Equilibrista tivera experiências recentes com esse mesmo fornecedor, mas isso será contado em outra ocasião), que, depois de desconfigurar toda a rede interna, conseguiu fazer UMA das máquinas acessar a rede mundial. O Equilibrista explicou a situação ao então felicíssimo dono-das-máquinas que foi muito insistente em fazer o bardo ter seu repasto zenital na sede. Depois de muito tentar declinar do convite educadamente, o prestador de serviço acabou cedendo. Então foi levado ao refeitório, mas a comida não estava pronta. O requisitante sugeriu fazerem sua refeição em uma taverna especializada em carne de mamíferos ruminantes, mas o Equilibrista conseguiu, finalmente, fazer-se entender: não queria comer àquela hora. Então, como gratidão, o dono-das-máquinas ofereceu vários produtos de sua guilda: bandejas de pastéis orientais, pães orientais com recheio suíno e uma outra variedade, parecida com o primeiro produto, mas cilíndrico e aberto (que o bardo estava curioso para experimentar); além de repastos zenitais ilimitados na sede; e transporte(!!) sempre que o aventureiro necessitasse. Claro que o bom-senso do Equilibrista jamais o deixaria aceitar essas duas últimas ofertas. Então, após agradecer todas as facilidades oferecidas, o aventureiro pegou a sacola com as iguarias e pôs-se a caminho de seu reduto.

No dia seguinte, às 7:20 da manhã, toca o dispositivo fixo de interface auditiva: a comunicação entre os terminais de negociação de sua guilda atual não conseguiam se conectar ao terminal central. Como "não" era uma resposta raramente dada pelo Equilibrista, este aprumou-se e, em menos de 15 minutos, chegou ao seu local de trabalho, extraodinariamente num dia dedicado ao Sol. Depois de muito batalhar com o terminal central, testemunhar um furto em sua própria guilda, e ouvir diversas sugestões, conseguiu restabelecer a ordem e a paz entre todos os terminais e a tranqüilidade do Responsável pela Guilda.

O sonolento e fatigado bardo aproveitou que estavam servindo o desjejum e serviu-se fartamente. Quando terminou de se alimentar e anunciou seu retorno ao lar, o Responsável pediu que o acompanhasse ao piso inferior (de exposição das mercadorias ao público) e ofereceu algumas unidades da massa alimentícia da qual o bardo tanto gostava, perguntando se havia mais alguma coisa que interessasse. O Equilibrista, que não achava esse ato de gratidão necessário, disse que era suficiente e partiu feliz por saber que havia feito uma boa ação - e, principalmente, por ter deixado o Responsável satisfeito com seus serviços.

Nessas duas rotações, o Equilibrista teve que resolver problemas de conexões em duas guildas diferentes; em ambos os casos, recebeu alimentos em troca de sua assistência, mesmo achando que não seria necessária nenhuma gratificação; e o mais importante: a satisfação daqueles que o bem-alimentado bardo pôde ajudar.
(concatenação de idéias prejudicada pela ingestão de espíritos etílicos rubros)

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