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quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Encontro de cronistas: Prólogo

Naquele dia dedicado a Odin, o Equilibrista receberia a visita de um ilustre casal de amigos em seu reduto após um repasto noturno com eles. Utilizando-se do fato como pretexto, deixou sua guilda tradicional mais cedo, pois precisava adquirir grenadine, uma vez que era seu intento preparar seu veneno vermelho.

Chegando ao seu fornecedor de espíritos etílicos (e afins: o grenadine era um xarope não alcoólico), o bardo recebeu a triste notícia de que o imprescindível ingrediente acabara. Perguntou sobre a disponibilidade de alguma Weiß, e a resposta foi, novamente, negativa.

Fazendo um exercício mental de consulta ao seu grimório etílico, o Equilibrista lembrou-se de duas opções: White Russian e Mojito. As partes etílicas estavam disponíveis em seu reduto, faltando apenas três ingredientes simples. Embarcou em uma arca terrestre que o levou até um estabelecimento varejista de alimentos. O bardo nunca foi conhecido por sua capacidade de estimar corretamente quantidades de porções alimentares, mas naquela dia, seu erro de cálculo se deu antes mesmo das primeiras equações (na verdade, estava sendo levado por um certo impulso consumista). Além dos elementos básicos para os dois coquetéis que tinha em mente, muniu-se de alguns mantimentos para servirem de acompanhamento, e de mais alguns que poderiam, por ventura, ser úteis. O desatento aventureiro apenas se esquecera de que seus amigos fariam a visita APÓS uma refeição e de que a referida refeição seria muito farta.

Depois de muito esperar pela acomodação de suas aquisições em invólucros poliméricos (o responsável pela operação teve a capacidade de colocar cada item em um invólucro diferente), o Equilibrista deixou o estabelecimento extremamente carregado (enquanto o correto seria portar apenas três ingredientes para o preparo das duas bebidas). Normalmente faria o trajeto caminhando, mas o peso era, realmente, extremamente excessivo, o que levou o aventureiro a embrenhar-se numa caverna de transportes subterrâneos e transpor apenas um único ponto de transição.

Com muito esforço, muitas calorias a menos e vários músculos exercitados, o bardo chegou em sua morada. Esta necessitava de uma arrumação urgente, pois no estado em que se encontrava, mal havia espaço para uma pessoa sentar-se. Então arrumou seu leito, tirou vários objetos de cima do móvel estofado catalisador de letargia, removeu crostas fossilizadas de sua hidra de Bunsen bicéfala e trocou o tecido de cobertura de seu sustentador retangular de objetos.

Estava quase na hora combinada e ainda havia muitas arrumações para serem feitas, então o Equilibrista foi obrigado a se conformar com o caos remanescente e estava saindo de seu reduto, quando recebeu um projétil submarino comunicador avisando que seus amigos se atrasariam um pouco. Aproveitou-se desse tempo extra para cuidar de mais alguns detalhes e pôs-se a caminho do local onde se encontrariam.

continua

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1 Conversa(s) na taverna:

Blogger l declamou:

Enquanto isso os cronistas praguejavam contra a cidade, os carros e a chuva, pois estavam presos, sem conseguir ir para frente nem para tás, em meio ao trânsito dessa cidade maluca. Será que eles conseguiriam chegar sem causar ofensas profundas ao anfitrião, que, afinal de contas, morava ali do lado e já devia estar chegando no local combinado há tempos?

19/1/07 11:56  

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