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quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Encontro de cronistas

continuação de Encontro de cronistas: Prólogo

O local em que o Equilibrista se contraria com seus amigos era seu estabelecimento favorito para consumo de iguarias nipônicas esteticamente preparadas e dispostas, instalado no primeiro piso de uma pequena torre que reunia outros provedores de iguarias, todos baseados na culinária oriental. Subindo as escadas, foi surpreendido pelas portas fechadas do ponto de encontro, mas o bardo ficou parcialmente aliviado ao ler o aviso de que o atendimento estava sendo feito no piso superior. Restava apenas saber se a equipe que cuidava do preparo das iguarias era aquela à qual estava acostumado. Não era. Mas entrou mesmo assim, pedindo uma mesa para três. O único rosto conhecido entre os funcionários era o da chefe de operações gerais, que cumprimentou o Equilibrista e indagou se as outras duas pessoas que chegariam eram as irmãs Vítima e Antares, companhias habituais do aventureiro naquele estabelecimento. Não eram.

"Enquanto isso os cronistas praguejavam contra a cidade, os carros e a chuva, pois estavam presos, sem conseguir ir para frente nem para tás, em meio ao trânsito dessa cidade maluca. Será que eles conseguiriam chegar sem causar ofensas profundas ao anfitrião, que, afinal de contas, morava ali do lado e já devia estar chegando no local combinado há tempos?"

Sentado, sozinho, o Equilibrista observava o estabelecimento lotar. Em outra época, já estaria salivando, necessitando de todo seu autocontrole para manter-se à mesa sem sucumbir à irresistível tentação de se servir, vendo todas aquelas pessoas desfilando com seus pratos abarrotados. Mas não naquele dia. Talvez fosse pelo ambiente estranho, ou pelo fato de passar por uma fase rubro-carnívora, ou por possuir maior controle sobre seus impulsos (hipótese menos provável). Não demorou muito para que o Antimacrobioto surgisse no portal de entrada. Avistou o Equilibrista e fez sinal para que a Diva entrasse. Cumprimentaram-se e começaram a conversar, enquanto esperavam o alinhamento de seres com objetivo de capturar as iguarias expostas diminuir. As infusões de folhas e os tecidos escaldantes enrolados (miniaturizados) já haviam chegado quando o trio se levantou para servir-se.

A disputa para conseguir algumas iguarias específicas era ferrenha. Diva e Antimacrobioto apreciavam os órgãos extraídos de um equinodermo eunuco (na verdade, o animal se tornaria eunuco depois da extração do órgão), assim como grande parte dos outros comensais presentes, então foi muito raro adquirirem esse item. O Equilibrista, na intenção de auxiliá-los nessa dificílima tarefa, tentou lançar mão de seu prestígio perante a chefe de operações do estabelecimento. Mas foi frustrado pela explicação de que os encarregados pelo prepraro daquelas obras de arte comestíveis estavam deveras assoberbados, não podendo atender pedidos individuais. O pobre bardo percebeu que sua longa ausência afetara significativamente seu prestígio.

O trio continuou conversando. Foram relatatadas várias mudanças que ocorreram nas comunidades do plano virtual, a compulsão do Antimacrobioto por assistir a uma saga ininterruptamente, a façanha da Diva ao assistir outra, algumas alianças feitas pelo Equilibrista. Então o aventureiro viu algo que fez seu sangue gelar: uma porção daqueles disputados órgãos do pobre equinodermo sendo levada a uma mesa. Ao invés de manter essa humilhação apenas para si mesmo, o bardo revelou-a aos seus amigos, que não foram muito solidários à sua dor.

Em algumas ocasiões, Diva sacava seu pergaminho para registrar algumas inspirações que tinha. Não poderia se esperar menos de uma cronista de tão alto nível.

O tempo passava, os ocupantes das outras mesas já não eram mais os mesmo, e os três amigos continuavam ali, contando seus feitos, degustando itens multicoloridos e se divertindo. Quando estavam mais do que satisfeitos, incapazes de alocar mais alimento em seu celoma, os outrora tão disputados órgãos de equinodermos passaram a se acumular na bancada. Antimacrobioto formulou a hipótese de que a nova geração de comensais, por ser composta majoritariamente de humanos do oeste, não apreciava o sabor exótico daqueles animais. Mesmo com a abundância daquelas iguarias, o trio resolveu finalizar a noite (naquele estabelecimento) com frutas (afinal, para sobremesa sempre há mais espaço).

continua

5 Conversa(s) na taverna:

Blogger l declamou:

Achei deveras apropriadas as alcunhas dadas aos participantes de tão honroso jantar. Espero que a Diva não se transforme na destruidora de bonequinhos transformistas na continuação de tão nobre aventura.
;)

e a foto que alguém ia me mandar?????????

20/1/07 02:16  
Blogger Equilibrista Bêbado declamou:

Eu tive um bloqueio na hora de atribuir as alcunhas (veja a demora em terminar a narração, mas eu também achei apropriadas).

Já houve casos em que as circunstâncias mudaram o nome da personagem... Bwahahahaha!!

Quanto à foto, estou cobrando providências do departamento competente.

20/1/07 02:46  
Anonymous Anônimo declamou:

Cadê vc no sofá vermelho da Lulu?

21/1/07 19:14  
Blogger l declamou:

Junt aminha indagação a anônima que aqui postou. Terá essa humilde cronista dado algum fora?
:O!!!!

23/1/07 01:54  
Blogger Equilibrista Bêbado declamou:

Prezadas K e Lulu,

Minhas sinceras desculpas pela prolongada ausência. Digamos que este bardo exercia seu direito de não estar sempre bem aliado a uma saudade urgente, agravados por um pequeno desarranjo entérico.

Mas já estou de volta.

Lulu, de maneira alguma! Precisamos é marcar esses eventos com maior freqüência. ;)

23/1/07 08:32  

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