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terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Raro entre raridades

Depois de quase dois ciclos lunares afastado, o Equilibrista pisava novamente em seu solo natal, sentindo a energia local em torno de seu corpo (de fato, a Depressão Escaldante era, como indicava seu nome, rica em energia térmica). Trilhou um caminho bastante familiar até a torre da fortificação de seu clã, onde residiam seus progenitores, que o saudaram saudosamente.

Devido à sua longa ausência, o Equilibrista estava sendo tratado com muitos mimos por sua progenitora. Sabendo do retorno do filho (não tão) pródigo, ela havia preparado uma das iguarias doces mais apreciadas pelo bardo: pudim, que logo teve sua integridade desfalcada grandemente.

As visitas do Equilibrista à sua terra natal haviam se tornado raras. E mais raros ainda, eram os encontros com seus velhos companheiros de aventura, outrora inseparáveis. A maior parte destes permanecera na cidadela, uns foram para longe, outros foram e voltaram e um transmigrou para um plano imaterial. Alguns contraíram laços de engajamento permanente, entre estes, havia aqueles que já deixaram herdeiros.

Toda vez que visitava a morada de seus progenitores, o bardo deixava sua personalidade boêmia reprimida, o que tornava seu comportamento misantrópico dominante. Então dificilmente deixava a fortificação de seu clã, permanecendo na torre ou no salão central, onde residiam algumas das irmãs de seu progenitor.


Mas aquela viagem seria diferente. O Equilibrista sentia um impulso quase incontrolável para convocar uma reunião da antiga confraria. E o fez. O primeiro a ser contatado foi seu grande amigo Toreador, Grão-Sacerdote de Têmis. Antes que o bardo pudesse mencionar sua intenção, o jurisconsulto expressou sua vontade de encontrar-se com seu antigo companheiro de estudos pré olímpicos. O Equilibrista sugeriu uma taverna que ainda não conhecia, citada por outro confrade, o Alquimista Prolixo. Essa taverna era especializada em fermentados de cevada e, também, de trigo! (seria a curiosidade em conhecer tão distinto estabelecimento o tal impulso quase incontrolável?). Toreador concordou, dizendo que o objetivo era atualizarem as informações que cada um portava, (quase) não importando o local.

Em seguida, estabeleceu uma interface auditiva com o próprio Alquimista Prolixo, que se mostrou bastante satisfeito em ter a oportunidade de apresentar aquele paraíso de bebidas maltadas ao curioso Equilibrista.


Daqueles que ainda residiam na cidadela (com quem o bardo possuía meios de se comunicar), restavam apenas Os Gêmeos para serem convocados. Ao tentar contatá-los, o bardo teve a comunicação interceptada pelo progenitor de seus amigos bivitelinos, com o qual teve um agradável colóquio, durante o qual foi informado de que nenhum dos irmãos se encontrava no momento, mas que seriam intimados a estabelecerem uma interface com o Equilibrista no dia seguinte.

Convocações feitas, a reunião foi marcada para a noite seguinte, do penúltimo dia do ano do cão.

continua

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