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segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Da Gula para a Ira

Toda aquela atmosfera pesada e desânimo do Equilibrista eram um prelúdio de uma tragédia que se aproximava: na noite daquele fatídico dia dedicado ao Sol, o fluido de alimentação da hidra de bunsen bicéfala do bardo se esgotou, impossibilitando-o de preparar quaisquer mantimentos que necessitassem de ativação ou transformação térmica. Felizmente já havia feito seu repasto noturno, mas a preocupação era a noite do dia seguinte.

Aquele ciclo lunar iniciou-se com bastante labuta. O Equilibrista se animara para dar andamento àquelas tarefas atrasadas no mesmo dia em que estava excessivamente indolente (o sentimento de culpa foi substituído pelo do dever), o que ajudou bastante a adiantar o processo naquele dia dedicado a Selene, mas ainda não foi capaz de finalizar a missão, mesmo dedicando-se tanto a ponto de renunciar ao seu respasto do zênite solar.

Frustrado, cansado e com fome, o bardo tentou adquirir um cilindro bojudo de fluido inflamável assim que chegou ao seu reduto, mas o fornecedor do item não recebeu a interface auditiva, provavelmente em decorrência do horário superior ao das transações comerciais convencionais. Como estava faminto, o Equilibrista lançou mão do recurso de conjuração de discos de massa cobertos de leite coalhado e maturado. E pôs-se a esperar pela chegada do alimento. E continuou esperando. E esperou mais um pouco. Até que, um ciclo e meio do relógio após o ritual de conjuração, se cansou, e a gula deu lugar à ira. Pensou em estabelecer uma interface auditiva com os provedores do disco e instruí-los a introduzi-lo em seus vasos traseiros (vasos traseiros: expressão descoberta pelo Antimacrobioto e divulgada pela Diva), mas decidiu resfriar seu ânimo com uma sessão de precipitação artificial de chuva aquecida, após a qual, saiu à caça de nutrientes.

Saciado e mais calmo, o Equilibrista foi recepcionado em seu reduto por uma chamada auditiva. Eram os provedores de discos de massa querendo saber se o bardo ainda estaria interessado no item conjurado, pois um entregador não havia sido capaz de localizar o conjurador. Os provedores foram bastante afortunados, pois o estado de humor do aventureiro estava muito melhor, o que o impediu de proferir os diversos impropérios que povoaram sua mente no momento de ira.


Para finalizar aquele ritual de conjuração mal-sucedido, o bardo tratou de eliminar os pergaminhos com referências àqueles provedores para garantir que nunca mais fossem utilizados.

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