Dance como se ninguém estivesse vendo
Cante como se ninguém estivesse ouvindo
E beba como se fosse o último dia de sua vida

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O mistério do bilhete postal

Aproveitando uma oportunidade única de economizar com as despesas de envio, o Equilibrista encomendou um conjunto de Cavaleiros de Bronze miniaturizados em sua versão recolorida e acomodados numa maleta; um item cujo valor do frete era superior ao da mercadoria, por mais absurdo que isso possa soar.

Havia poucas chances, mas o Equilibrista tinha esperança de os Servidores Aduaneiros cometerem um deslise e deixar o vultoso receptáculo chegar ao seu destino livre de tributos. Mas, dessa vez, a esperança de um tolo foi frustrada, uma vez que, acompanhando diariamente a situação do pacote, soube que este deixou a alfândega tributado.

Dias mais tarde, chegou ao reduto do Equilibrista, um bilhete anunciando que o tão desejado item encontrava-se disponível para ser retirado na agência postal. Mas não na agência costumeira. E o bilhete não continha nem o valor do tributo, nem o código de rastreamento. O aventureiro, que tem leves surtos paranóicos, desconfiou do tal bilhete postal e estabeleceu contato auditivo com a agência em questão. O próprio Equilibrista informou o código de rastreamento para localizar o embrulho mais rapidamente e a servidora encontrou seu real paradeiro: a agência postal de sempre. Intrigado, o Equilibrista estabeleceu contato com a outra agência e confirmou a presença do pacote e o valor (altíssimo, porém correto) do tributo.

No dia seguinte, o aventureiro foi buscar sua preciosa caixa e ficou surpreso com o volume da mesma. Era sabido que não se tratava de uma embalagem diminuta, mas não esperava que fosse tão exagerado. Não havia a menor possibilidade de não tributarem algo tão grande e cheio de metal. A servidora que cuidava do caso estava demorando mais do que de costume para concluir a entrega e foi quando ela perguntou se havia mais algo além daquela caixa, pois uma "Mala M" não é tributada e era estranho o bilhete postal indicar a agência errada. Foi então que o distraído bardo recordou-se de outra encomenda, que não deveria mesmo ser tributada, pois se tratava de um tomo.

Carregou a enorme caixa até sua guilda e, de lá entrou em contato novamente com a agência do bilhete. E confirmaram a presença de uma encomenda para o Equilibrista.

Como era um local desconhecido, o aventureiro pesquisou o trajeto e deixou avisado que provavelmente se atrasaria para retornar de seu período prandial. A agência foi localizada sem problemas e, sem nenhum acidente de percurso (a não ser um episódio na volta, no qual o indiferente aventureiro tornou-se ouvinte de uma prolixa senhora), o novo e inesperadamente adiantado item estava em posse do Equilibrista, que retornou à sua guilda a tempo de fazer uma rápida refeição.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Mentiras telegráficas

Com tão pouco tempo que tem sobrado para esse indolente bardo afiar o Português, para não esquecê-lo de vez, a única solução foi continuar escrevendo, mas restringindo o uso da pena a apenas 140 caracteres.

Sua saga diária pode ser acompanhada nos pequenos retalhos anexados nos pés de um pássaro azul em: http://twitter.com/rixsakai, numa linguagem um pouco mais coloquial.