Dance como se ninguém estivesse vendo
Cante como se ninguém estivesse ouvindo
E beba como se fosse o último dia de sua vida

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Entre a pena e o sabre de luz

O Equilibrista está ajudando a Velha República e na restauração da Ordem Jedi.

Enquanto estiver empunhando seus sabres de luz, não poderá usar sua pena para atualizar esses registros.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Caixas nutricionais

Nos dias dedicados a Freya, o Equilibrista se permitia ausentar-se de sua guilda tradicional, e passava as tardes das vésperas dos últimos dias da fase lunar em alguma missão particular.

Naquele dia, o bardo pretendia fazer uma visita à Santa das Quinquilharias Tecnológicas, para adquirir mais discos espelhados de alto armazenamento. Mas não foi o que aconteceu. Com a intensa precipitação natural do dia anterior, o aventureiro foi obrigado a conjurar nutrientes prontos para o consumo dispostos em caixas, utilizando um provedor indicado pela sua ex-colega de guilda, e o resultado foi muito satisfatório, ficando o bardo curioso para provar as outras opções disponíveis. Aproveitando-se dessa suscetibilidade gastronômica do Equilibrista, sua nova colega de guilda conseguiu convencê-lo a acompanhá-la para o repasto do zênite solar.

Então, o Equibrista ficou, para poder provar mais um tipo de caixa nutricional. E, novamente, ficou muito satisfeito.

No mesmo recinto que se fartavem os dois comensais, havia mais dois seres sencientes, ambos do sexo feminino, que também faziam parte da guilda, e que conversavam sobre o cotidiano laboral como se estivessem sozinhos na sala, pois comentavam negativamente sobre outros membros com bastante entusiasmo. Será que achavam que aqueles que têm bocas ocupadas têm ouvidos surdos, ou que as alcunhas atribuídas a cada personagem de seus ditos maldosos eram códigos tão complexos que o atento, porém discreto, bardo não conseguiria decifrá-los? Estavam erradas em qualquer uma das hipóteses. O Equilibrista, que já não se sentia à vontade com uma das interlocutoras, passou a redobrar sua cautela, e aconselhou sua nova colega a fazer o mesmo.

Terminada refeição, o aventureiro preparava-se para seguir seus planos originais, mas a prensa de impregnação eletrostática miniaturizada apresentou sérios problemas. Como todo o trabalho da sua colega dependia do dispositivo, o bardo viu-se na obrigação de tentar fazê-lo funcionar novamente e, depois de algum tempo, conseguiu, mas já era tarde para uma peregrinação à região da Santa.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Um dia cheio de chuva

Sair de seu leito na manhã daquele dia de Thor foi uma provação para o Equilibrista. Como se não bastasse o efeito colateral da ingestão massiva de etanol na noite anterior, ainda chovia e não fazia tanto calor (a alta entalpia ambiente reduzia a força de atração entre a cama e o bardo). Sua cabeça latejava, seus olhos recusavam-se a abrir e todo seu corpo permanecia aconchegado sob a coberta, movendo-se apenas para encontrar uma posição diferente, mas igualmente confortável.

Pelo tempo que demorou para vencer a inércia, a sessão de precipitação artificial matinal teve que ser mais curta e, depois de pronto, mesmo sob a chuva que ainda caía, o intrépido aventureiro seguiu para sua guilda matutina, com sua fiel abóbada impermeável portátil ativada. Felizmente, Thor parecia favorecer o bardo, pois amansou a intensa precipitação natural que desabava, até então ininterruptamente, sobre a Cidadela-Capital, a ponto de possibilitar a desativação da abóbada.

O Equilibrista, que não imaginara que a chuva não daria trégua até o horário normal do crepúsculo, ficou preso na guilda matutina, pois não pretendia enfrentar os obstáculos que provavelmente o separariam de sua guilda tradicional, principalmente quando fosse o horário de voltar ao seu reduto. Como havia novos colegas de guilda, o aventureiro pôde exercitar seu espírito cooperativo - há tanto tempo no ostracismo -, ajudando-os em algumas de suas tarefas.

Quando a precipitação reduziu sua intensidade, o bardo retornou à sua morada, onde ficou sabendo que toda aquela água causou muitos transtornos e, com certeza, teria impedido o Equilibrista de fazer uma viagem de volta tranqüila e rápida de sua guilda tradicional, tivesse se arriscado a ir até lá.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Relato (quase) em branco

Naquela noite do dia dedicado a Odin chovia torrencialmente, e o Equilibrista, bêbado, não se considerava apto a escrever suas crônicas.

Equilibrista escaldado...

Não se sabia desde quando, mas o fato era que o Equilibrista encontrava cada vez mais dificuldade para deixar seu leito. Havia uma gigantesca atração magnética, um aumento da força gravitacional que impediam o sonolento bardo de levantar-se imediatamente após o chamado do Aço Negro.

Sua primeira ação era calar seu dispositivo móvel que o trazia de volta dos Domínios de Hypnos, para depois energizar seu anteparo receptor de sons e imagens. Muitas vezes fazia uma nova visita ao reino do sono, ora breve, ora mais longa. O tempo dessa viagem determinava a duração da sessão de precipitação artificial matinal. Naquele dia dedicado a Odin, o bardo pôde aproveitar bem aquela chuva aquecida e, como prêmio, também vislumbrou uma magnífica alvorada. Mas toda aquela beleza poderia ser o prelúdio de mais um dia escaldante...

Felizmente, o Equilibrista aproveitara bem a lição do dia anterior e havia provisionado uma caixa com cubos de espuma gelada revestidos de chocolate, para manter suas proteínas numa temperatura ótima de atividade e após o expediente, naquela noite, iria refrescar-se com fermentados de cevada - pelo menos, era o que havia planejado.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Condições elevadas de temperatura e pressão

Ah! o calor retornara à Cidadela-Capital, e o Equilibrista, que nasceu na Depressão Escaldante, deveria estar acostumado à elevada entalpia ambiente, mas todos aqueles anos vividos no clima ameno da fortaleza de concreto haviam minado sua resistência a altas temperaturas.

O clima da Capital estava cada vez mais variado, principalmente naquele dia dedicado Tyr: no período entre a alvorada e o zênite, chuva; após o ápice solar, calor extremo. E o metabolismo do bardo se esforçava ao máximo para acompanhar todas aquelas mudanças repentinas.

Durante a fase de alta incidência solar, o Equilibrista, em sua guilda tradicional, sentia suas proteínas lutarem para não sofrerem desnaturação térmica, enquanto seu superior hierárquico não parava de delegar-lhe tarefas. O superaquecido aventureiro estava prestes a conjurar um portal abissal para defenestrar seu incansável algoz. Aquele desconforto térmico era um grande empecilho para o pensamento claro e lógico, imprescindíveis para uma conversa no idioma das interfaces da rede virtual, um dos trabalhos hercúleos sob responsabilidade do Equilibrista, cujas sinapses eram atrapalhadas pela alta vibração de outras moléculas dentro de sua caixa craniana, que mais parecia um caldeirão semi-hermético pressurizado.

Como um passe de mágica, o superior hierárquico resolveu dirigir sua atenção a outros subalternos e o bardo se sentiu um pouco menos pressionado, mas não conseguiu concluir a tarefa que seu chefe julgava fácil e imediata até o fim do expediente.

A volta ao seu reduto foi algo traumatizante. Todo aquele calor, todas aquelas pessoas, todos aqueles feromônios fermentando e o ambiente fechado da arca terrestre. E o Equilibrista, que herdou o olfato aguçado de seu progenitor, sentia-se numa câmara de gás e não entendia por quê alguns seres sencientes repudiavam tanto uma sessão de precipitação artificial ou o uso de uma fragrância eliminadora de odores desagradáveis.

Depois de toda aquela tortura, o agonizante bardo sentiu-se no direito de resfriar seu humor, metabolismo e pensamentos com uma bela taça de esferas de espuma gelada com castanhas, pêssegos em calda e calda de sacarose queimada. Então, sentindo-se um pouco aliviado, o Equilibrista chegou ao seu reduto e submeteu-se a uma longa sessão de precipitação artificial para lavar sua alma e livrar a epiderme do pó e das bactérias fermentadoras.

Marcadores:

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Catalisador letárgico

Era cada vez menos raro uma intensa letargia se apossar do tranqüilo Equilibrista, principalmente às tardes dos finais de ciclos lunares que passava na sua fortaleza da solidão. E aquelas últimas horas de incidência de raios solares daquele dia dedicado ao Astro Rei foram passadas nos domínios de Hypnos.

O curioso era que a passagem para o reino do Sono se deu enquanto o bardo assistia a uma aventura dramatizada sobre acontecimentos ocorridos há muitos e muitos anos, numa galáxia muito distante, e tal fato já acontecera, há muitos anos, na época em que o bardo ainda freqüentava a escola olímpica de tecno-alquimia com sua turma original. Um pequeno grupo foi assistir ao segundo episódio da trilogia clássica que teve incrementos tecnológicos audiovisuais. O Equilibrista foi subitamente tragado para o reino de Hypnos e foi trazido de volta ao plano material com os gritos de dor do protagonita, que teve sua mão decepada pelo vilão. Mas naquele dia dedicado ao sol, nem mesmo a agonia do herói foram capazes de despertar o bardo, que apenas recobrou os sentidos vários ciclos do relógio após o crepúsculo.

Dessa reincidência letárgica surgiu uma possível teoria: a de que aquela aventura dramatizada específica potencializava a letargia bárdica, não só aos fins de ciclos lunares. Mais dados precisavam ser coletados, e o Equilibrista estava disposto a submeter-se a mais experiências em breve.

A inconveniência dessa viagem vespertina ao reino do Sono era a dificuldade de retornar algumas horas mais tarde, mas o bardo estava se tornando especialista em burlar esse período de suspensão.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Cansado de conversar

Mais um ciclo lunar terminava e o Equilibrista conseguiu concluir mais uma etapa de sua aparentemente interminável missão. Mas essa vitória atrasada não trouxera muita satisfação. O que, de certa forma, incomodava o bardo, era que, depois de todo seu esforço e empenho, poucas pessoas teriam contato com sua obra e, em alguns aspectos dela, apenas ele próprio.

Tratava-se de uma interface semiautomaitizada de entrada, saída e avaliação de manuscritos submetidos a uma reunião científica anual de sua guilda tradicional. O estágio de evolução em que a interface se encontrava era bastante diferente daquele em que foi criada. Nos seus primeiros anos de existência, havia uma necessidade enorme de trabalho humano, principalmente para a entrada de dados. No estágio mais evoluído, apenas alguns ajustes iniciais eram suficientes para fazer todas as engrenagens funcionarem sincronizadas.

Devido à complexidade dos mecanismos atuais, esses ajustes ficaram proporcionalmente mais difíceis de serem feitos, mas estavam finalmente concluídos. Pelo menos, para a etapa de avaliação. Como o Equilibrista planejara mais avanços para a interface, seu trabalho estava longe de estar definitivamente concluído, mas considerava seriamente deixá-los de lado por enquanto, uma vez que sua mente estava saturada daquela linguagem de comandos e lógica.

Então, para distrair-se um pouco, o bardo resolveu rever a aventura dramatizada na qual teve contato com seu gorduroso Egg in the Basket.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Vício que transcende o tempo

Certo dia, o Equilibrista fez uma descoberta que o deixou atordoado: seu amigo Urso Maior declarou apreciar algumas simulações geradas por uma estação de diversão de segunda geração! Como podia alguém que sempre criticou o bardo pelo fascínio que este tinha pelas maravilhas da tecnocracia, deixar-se levar ao mundo paralelo gerado pela estação?

Em várias ocasiões, o aventureiro cogitou adquirir uma estação para sua diversão, mas seu senso de responsabilidade e consideração pelos amigos sempre impediam-no de levar esse desejo adiante (um equipamento desses no reduto do Equilibrista significaria sua abdicação total e definitiva do plano material).

Esse tipo de artefato causava dependência psicológica crônica ao suscetível bardo, que, em sua pior crise, chegou a permanecer no plano virtual por mais de duas rotações, sendo trazido de volta ao plano material por um ultimato de sua progenitora, que ameaçou interromper o fornecimento de energia ao console (o que arruinaria todo o esforço que o Equilibrista dedicara à simulação até então).

Mesmo o avanço da idade cronológica e aquisição de experiência não pareciam amortizar o domínio que os diversos tipos de simulações exerciam sobre o bardo, principalmente as de técnicas de luta, as de estratégia e os enigmas. Numa noite do dia dedicado a Freya, o Equilibrista dispensou vários ciclos do relógio com um desafio de alinhar três ou mais cristais de mesma cor a fim de desintegrá-los, ao invés de estar em uma taverna, de assistir a uma aventura dramatizada, ou de visitar Hypnos.

Marcadores: ,

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Hábitos alimentares

De tempos em tempos, o Equilibrista mudava radicalmente seus hábitos alimentares ou apenas modificava alguns detalhes (mas sem jamais abolir a ingestão de proteínas provenientes de seres animados que um dia se locomoveram por conta própria).

Houve uma época em que sua dieta incluiu muitas iguarias nipônicas esteticamente preparadas e dispostas, o que enriqueceu bastante os proprietários dos provedores das iguarias e, também, o próprio bardo, que pôde conhecer pessoas fascinantes como a Diva e o Antimacrobioto. Muitos membros da END também eram adeptos dessa tendência. Quando aboliu esse hábito, o Equilibrista surpreendeu várias pessoas, principalmente a chefe de operações do estabelecimento mais freqüentado pelo instável aventureiro (o que causou a perda de privilégios que tinha na época em que era assíduo).

Passou por uma fase de ingestão de alimentos liofilizados acrescidos de vitaminas e fibras que deveriam ser preparados com fluido lácteo leve em um rearranjador mecânico de partículas. Foi nesse período, em que duas refeições eram substituídas pelo líquido espumante resultante, que o Equilibrista recuperou, parcialmente, seu porte físico menos volumoso.

A ingestão regular de frutas nunca foi um hábito do bardo, que, em sua indolência permanente, não se prestava a descascar ou fragmentar esses produtos angiospérmicos. Sendo assim, o consumo de maçãs, uvas (sem semente) e bananas era o mais favorecido.

Surtos rubro-carnívoros se manifestavam intermitentemente, nos quais os caninos do bardo chegavam a ficar mais afiados, machucando, eventualmente, sua mucosa bucal - e o gosto do sangue atiçava ainda mais o ímpeto de se fartar com tecidos musculares tenros e suculentos.

Alimentos que jamais saíam de sua dieta eram os que podiam ser considerados como sobremesas, afinal, nenhuma refeição podia ser considerada completa sem elas. Ah! o que seria do Equilibrista se não fossem aqueles deliciosos e tentadores repositores de glicose? O uso de edulcorantes e afins no preparo desses pratos era repudiado pelo bardo, defensor da natureza que era (quanto ao consumo de nutrientes de origem animal, nada mais natural, afinal todos faziam parte da cadeia alimentar, e o Equilibrista estava no topo). Certa vez provou um cheesecake com menos gordura e caloria. Foi uma experiência traumatizante. Aquela massa insípida foi descartada após a primeira e única mordida.

Berinjela, cenoura, tomate (seco ou molhado), alface, nabo (em conserva, cozido ou cru) e rúcula eram verdadeiras paixões do bardo, que os devorava (ou degustava, dependendo da ocasião e apresentação do prato) sempre que encontravam-se à sua frente, já prontos para o consumo. Era sempre a preguiça que impedia ingestão de maior quantidade dessas dádivas da terra. No entanto, havia receitas simples e saborosas que venciam a inércia equilibrística, como o delicioso prato para dias quentes e preguiçosos ensinado pela Diva.

Frituras e cebola também eram bastante apreciadas. A epítome da adoração do bardo nessa categoria era uma cebola à milanesa servida numa rede de provedores de iguarias ao estilo australiano (que também fornecia o melhor cheesecake, na opinião do Equilibrista). Era uma obra de arte: uma cebola enorme, em forma de flor, com uma crosta crocante e molho picante.

Essas frituras eram a tendência dominante naquele dia dedicado a Thor, no qual o Equilibrista sentia um impulso quase incontrolável de consumir uma porção de provolone à milanesa, sentado à mesa de uma taverna, com amigos e várias
Weiß.

Marcadores: